segunda-feira, 22 de setembro de 2008

OS BENEFÍCIOS DA ESCRITA ESPONTÂNEA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE COMUNICATIVA E AFETIVA

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA
CENTRO DE LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS
PRODUÇÃO DE TEXTO

ENSAIO CIENTÍFICO

OS BENEFÍCIOS DA ESCRITA ESPONTÂNEA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE COMUNICATIVA E AFETIVA

Alessandra Zelinda Sousa Bessa
Aluna do 4ºperíodo do curso de Letras-UVA

Escrever tem se tornado um processo metódico, cheio de regras, manuais e métodos que viraram rotina das técnicas sem motivação, faltando inspiração e personalismo. As pessoas precisam ver o ato de escrever não só como uma atividade obrigatória, mas também como um alívio de suas angústias, para proporcionar-lhes prazer.
É aquela história “Não se bebe, ri, proseia, fala alto nas novas redações”. O medo da escrita está dominando os escritores, pois vivemos na “Ditadura da gramática normativa”. A escrita é nada mais do que uma técnica de comunicação. Portanto, tentar escrever de maneira espontânea é essencial para conseguir o objetivo primeiro, que é dar uma opinião, desabafar sentimentos, criar uma história ou fazer um relato.É preciso haver naturalidade pra tornar a escrita prazerosa.
Os indivíduos acham que escrever está somente ligado a intelectualidade e acreditam que só quem escreve são intelectuais letrados. Isso faz parte da cultura que se possui. É necessário entender que escrever faz bem. A poesia nos livra de males, espanta a ociosidade, aguça a nossa curiosidade,ameniza a solidão,tristeza,ansiedade e angustia. Escrever é extremamente benéfico quando realizado sem pressão.
Como diz Paulo Coelho (2008), “Escreve, seja uma carta,um diário ou umas notas,enquanto falas ao telefone, mas escreve. Procura desnudar a tua alma por escrito, ainda que ninguém leia, ou, o que é pior que alguém acabe lendo o que não queira. O simples ato de escrever ajuda-nos a organizar o pensamento e a ver com mais clareza o que nos rodeia.Um papel e uma caneta fazem milagres, curam dores, consolidam sonhos levam e trazem a esperança perdida.As palavras tem poder”.
A manipulação da escrita pela gramática normativa está gerando trauma nos escreventes, precisamos de escritores e não de meros profissionais letrados, que escrevem sem amor, mais estritamente destinado a profissão. Não queremos escritores alienados, necessitamos de escritores apaixonados.A escola pode oferecer projetos de escrita informal e espontânea, com oficinas em horários fora da sala de aula.
É imprescindível que mudemos o hábito de criticar os erros dos alunos e substituí-los por uma maior motivação para a leitura e escrita espontânea, pois só se aprende escrevendo e lendo, além de ser altamente saudável. Os critérios usados pelos escritores para o exercício da escrita devem ser entendido como algo que desenvolva a sua capacidade comunicativa, e que não seja uma atividade de avaliação, teste de aprendizagem, ou um ato de punitivo. As pessoas são deferentes e isso envolve sua escrita , cada ser escreve de um jeito diferente,tem sua identidade e busca autonomia. Como explica Cavalcante (2001), “A escrita espontânea não se enquadra nos parâmetros do certo e do errado, mas sob o âmbito da consciência e dos valores subjetivos atribuídos ao texto lido. É muito mais um ‘Saber’ por que precisa manifestar algo do que um ‘Saber’ sobre o que o texto disse ou como devo escrever” Daí a flexibilidade da escrita espontânea.
Assim sendo, nossa preocupação fundamental é com o desenvolvimento da prática mais freqüente da escrita espontânea, pois este exercício é saudável, melhora o raciocínio, estimula a paciência, a disposição mental, a memorização, além de formar escritores autênticos, sem artífices, diminuindo o medo da rejeição no ato de escrever. Portanto, a liberdade no ato da escrita torna os produtores capazes de aumentar suas habilidades comunicativas, isolando a idéia de que a escrita metódica é a única capaz de fazer as pessoas escreverem bem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALCANTE JR,Francisco Silva. Por uma escola do sujeito :o método (com)texto de letramentos múltiplos. Fortaleza: Demócrito Rocha, 2001.
COELHO, Paulo. Escrever faz bem. http://www.escreverfazbempaulocoelho/. 2007. Acesso
em 18/09/2008.
MAY, Rollo. A coragem de criar. 15.ed .Rio de Janeiro:Nova Fronteira, .2002.

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