domingo, 21 de setembro de 2008

COMO OS PROFESSORES ANALISAM A OBRA "O CORTIÇO"

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
CENTRO DE LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS
DISCIPLINA: PRODUÇÃO DE TEXTO


ENSAIO CIENTÍFICO

COMO OS PROFESSORES ANALISAM A OBRA “O CORTIÇO”

Regina Madeira de Siqueira
4° período – Letras /UVA

A obra “O cortiço” do autor Aluizio de Azevedo, quando adotada nas escolas, integra ao currículo, não como uma disciplina, mas como parte integrante da nossa literatura, inclusive multidisciplinar.
Por se tratar de um livro que baseia em heróis coletivos, mostra as condições de vida dos diferentes extratos sociais da pirâmide capitalista na cidade do Rio de Janeiro, em crescimento. Como podemos observar quando o autor nos narra: “É naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração que parecia brotar espontânea, ali mesma, daquele lameiro, e multiplicar- se como larvar no esterco.” Os livros didáticos adotados pela instituição de ensino freqüentemente seguem uma linha de ensino que baseia em trabalhar inicialmente com a leitura de um fragmento da obra, na qual, aborda comentários referentes o enredo acima mencionado, analisando o momento histórico, explorando a biografia do autor.
Eles utilizam como metodologia de ensino recursos que, muitas vezes, não vêm a buscar, em seus alunos, a motivação necessária para obter o aprendizado desejado, por suas aulas serem apenas desenvolvida através da leitura e resolução de atividades contidas no livro didático.
É necessário desenvolver atividades que levem os discentes a uma reflexão do mundo que o cerca, partindo da obra como “O cortiço”, utilizando recursos para que o professor busque a melhor forma empregá – los na disciplina (Literatura) realizando assim a imprescindível interação entre a leitura com o mundo em sua volta.
Muito tem sido escrito sobre a importância de desenvolver – se aulas menos mecanizadas, mas o que podemos observar é que há poucos que adotam este tipo de metodologia de ensino diversificado. A nossa proposta parte da avaliação das metodologias adotadas pelo professor para que haja um conhecimento do conteúdo abordado, utilizando como material de pesquisa o livro “O cortiço” em que analisaremos o contexto de mudanças e evoluções ocorridas na sociedade que beneficiam o desenvolvimento da aplicação do enredo. A escola não pode deixar de incorporar as novas transformações intervindas para sistematizara interação de todos os recursos pedagógicos e utilizando que melhor tem a oferecer. Recursos estes como a interação, o leitor, a obra, o contexto, o estilo e as condições de leitura.
Muitos acreditam que o ensino baseado em uma metodologia diversificada (apresentações, filmes, etc.) venha a favorecer um melhor aprendizado o que não vem sendo alcançado pelo sistema de ensino como nos mostra dados do IDEBE (Índice de Desenvolvimento Básico da Educação). Conforme Libâneo (1994, p. 165) “Cada disciplina exige também seu material específico como ilustrações e gravuras, filmes discos e fitas, livros, enciclopédias, dicionários, revistas, álbum seriado, cartazes e gráficos. Alguns autores classificam ainda, como meios de ensino, manuais e livros didáticos; rádio, cinema, televisão; recursos naturais (objetos e fenômenos da natureza); recursos da localidade (biblioteca, museu, indústria); excursões escolares; modelos de objetos e situações (amostras, aquário, dramatizações”.
As chances de mudar apenas por possuir livros didáticos bem estruturados nas escolas é quase nula. O que está em foco, e precisa ser entendido, é como os educandos aplicam suas metodologias em sala de aula. Em um bom número de escolas, o aprendizado das disciplinas como português, matemática ou de qualquer outro componente curricular é considerado primordial, ficando esquecidas as obras de escritores renomados como Aluízio de Azevedo, Rachel de Queiroz, dentre outros, por possuírem uma linguagem elevada e de difícil compreender por parte da maioria dos discentes e a falta de tempo para proporcionar um estudo aprofundado dessas obras. O marketing realizado em torno do ensino, utilizando métodos que venham a ativar as forças mentais dos alunos para assimilação do conteúdo de língua portuguesa, e para isso é necessário o apoio de material, que não seja só o giz, o quadro – negro ou exercícios considerados mecanizados.
As obras literárias, computadores ou qualquer outro material didático que usamos, são apenas e não tão somente um meio para que haja um aprendizado de qualidade. Libâneo (1994, p.160) explica que: “Os meios de ensino são considerados em estreita relação com os métodos de aprendizagem. Os métodos de ensino resultam seu critério de classificação da relação existente entre ensino e aprendizagem, concretizada pelas atividades do professor e alunos no processo de ensino”. Estas obras não podem ser apenas um meio utilizado como passatempo, mas um componente curricular que venha a contribuir para o desenvolvimento crítico de seus alunos.
Quando utilizado desta maneira nos estabelecimentos de ensino, ou seja, a obra literária a serviço de um projeto educacional, propicia condições aos alunos de um melhor entendimento do mundo a sua volta. Em decorrência dessas situações, exigimos que os educadores passassem por treinamentos periódicos para dominar com segurança esses métodos auxiliares de ensino, levando os professores a conhecer e aprendera utilizá – los como recursos didáticos.
Assim sendo, nossa preocupação fundamental é com o desenvolvimento de valores, utilizando como material de apoio as obras literárias, tendo como concepção que a educação é elemento formador de indivíduos capazes de modificar o mundo a sua volta. Cabendo ao professor a responsabilidade de intregrá – lo a suas aulas de forma diversificada e criativa. A nossa proposta para o uso destas obras encontra – se na necessidade de formarmos leitores de consciência crítica social. As escolas não podem deixar de incorporar este meio, intervindo para sistematizar a integração de todos os recursos pedagógicos utilizando o que tem de melhor a oferecer.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. Rio de Janeiro: Ed. Tenoprint Ltd, (s.d).
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa LIBÂNEO, J. C. Didática .São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura), (s.d);

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