quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Normalista como pretexto para explicar ações humanas

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA
CENTRO DE LETRAS E ARTES
CURSO: LETRAS 4º PERÍODO
DISCIPLINA DE PRODUÇÃO DE TEXTO

ENSAIO CIENTÍFICO

A Normalista como pretexto para explicar ações humanas

Raimunda Kaciana de Jesus Gomes
Aluna do Curso de Letras da UVA

A literatura nem sempre tem encontrado espaço para explicar ações humanas. Nem sempre tem sido considerado como motivo para refletir sobre as atitudes que rodeiam a vida na sociedade. Certas ações dos personagens são influenciadas pelos costumes e, consequentemente, acabam mostrando toda pintura impiedosa da vida dos personagens, com todas as suas baixezas e podridões morais, fotos que merecem atenção.
Assim, certas ações dos personagens vêm acompanhadas de críticas pelo olhar da sociedade, apresentando reprovação para uns, gerando reflexões fundamentais para se pensar as atitudes destes, numa sociedade em que os homens são propensos ao mal e vítimas da ingratidão, de fingimentos, com seus vícios inconfessáveis. Onde a hipocrisia toma conta do ser humano, e este se torna vítima da sociedade: “Havia quem afirmasse que a campelinho não era mais moça, e falavam com risinho sem-vergonha” (A Normalista, p.31).
Em a Normalista, é observável, ainda, que a ação do meio influência nas ações dos personagens e, dessa forma, certos aspectos são explicitados pelo meio, o qual faz um paralelo entre as pessoas cultas e com princípios e a ignorância, sem conhecimentos e sem escrúpulos. De acordo com essa ótica, a sociedade ainda está muito ligada a valores morais e são através desses valores que muitos rótulos surgem, muitas pessoas são mal vistas ou excluídas da própria sociedade simplesmente por não corresponderem a uma determinada classe social ou terem menos condições. Dessa forma, acontece exclusão e, como conseqüência, as ações humanas passam a se definir a partir de um propósito que geralmente chega a ser a exclusão social: “Todo fenômeno é conseqüência de uma causa, e a causa é o costume do povo analfabeto” (A Normalista, p. 177).
Portanto, no âmbito que a vida na sociedade era compreendida aos poucos como ela é, com virtudes fingidas, onde o olhar severo está na posição social, notamos que a presença da crítica é bem marcante, seja pela busca de soluções ou simplesmente para evidenciar os defeitos, sempre há um ponto mais fraco que tende a declinar. A Normalista serve como modelo padrão para explicar ações humanas, como a ingratidão e a hipocrisia que reinam na sociedade na figura de alguns entes humanos.


BIBLIOGRAFIA

CAMINHA, Adolfo. A Normalista. Apresentação: Sânzio de Azevedo. ABC Fortaleza – 1999. 196p.
WIKIPÉDIA. Literatura Brasileira. www. característicasdeepoca.a normalista.Acesso em 12 de agosto de 2008.

A simplificação ortográfica pelo Acordo Luso-Brasileiro quanto à acentuação gráfica

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
CENTRO DE LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS
PRODUÇÃO DE TEXTOS



ENSAIO CIENTÍFICO
A simplificação ortográfica pelo Acordo Luso-Brasileiro quanto à acentuação gráfica

Maria de Jesus Ferreira Lima
Estudante do 4º.Período de Letras da UVA


A simplificação ortográfica beneficia países que falam Português, mas repercute em cada país individualmente. Esse pacto traz alterações que beneficiam povos de várias nações com a simplificação ortográfica, mas para o Brasil, individualmente, isso vai acarretar muita confusão.
A língua portuguesa, quanto à sua tonicidade, tem por maioria palavras paroxítonas que não são em geral acentuadas graficamente.
Com o último Acordo, o acento agudo não será mais usado nas palavras grafadas por ditongos abertos representados por "ei" e "oi" das paroxítonas, dado que existe por oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação, dados do Acordo Ortográfico de 12 de Dezembro de 1990/lei n54, aprovada agora em 2008.
As palavras assembléia, idéia, baleia, apoio (do verbo apoiar) tal como apóio (substantivo) paranóico, heróico, dói, cujas grafias já bastante conhecidas, poderão inicialmente gerar constrangimentos já que são do domínio de todos.
Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contem um tônico oral fechado em hiato, com a terminação em terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo conforme os casos: Crêem, dêem, vêem, lêem, prevêem.
Também se prescinde o acento circunflexo para assinalar a vogal tônica fechada com grafia em palavras paroxítonas, como: enjôo e flexões de enjoar, povôo e flexões de povoar, vôo e flexões de voar, dados do Acordo Ortográfico de 12 de dezembro de 1990 / Lei nº54.
Apesar dos diversos estudos que aconteceram entre os países envolvidos ainda existe insatisfação, pois se percebe que é necessária uma preparação maior, pois este Acordo pode ser precipitado o que gerará uma série de problemas e equívocos, já que não se tem um vocabulário oficial, além disso, serão impressos novos livros didáticos já com alteração, e isso demanda certo tempo, além da mudança de hábito dos estudantes e professores.
Por isso, por precaução faze-se necessário uma divulgação minuciosa nas entidades interessadas para que o Acordo ganhe solidificação e confiabilidade, em tempo hábil.
Conforme Câmara Cascudo a gramática normativa tem o seu lugar e não se anula de forma alguma, já que afirma:
Os livros são trocados por outros mais atualizados, o mercado do livro se movimenta. “Se a língua é variável no espaço e na hierarquia social, ou ainda no mesmo indivíduo, segundo a situação em que se vive, a gramática normativa pode escolher o seu campo de observação se ela tem em vista, indiretamente o ensino escolar, a escolha de certo modo predeterminado” (CASCUDO, 2003, p.16).
Portanto a sociedade levará um tempo, mas se adequará às mudanças da nova reforma percebendo que as mesmas fazem parte de uma necessidade de uma evolução da língua que é variável, bom seria se isso acontecesse de forma espontânea e não impositiva, porém o individuo desde o principio precisa de normas para seguir, tornando assim o Acordo favorável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acordo Ortográfico lei nº. 54 / 12/12/1990
Acordo Ortográfico Luso- Brasileiro 18/12/1971
CASCUDO, Câmara. Ortografia do Português. São Paulo: Contexto, 2003.

O Regionalismo na imagem do retirante em O Quinze de Rachel de Queiroz

Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA
Centro de Letras e Artes
Curso de Letras
Disciplina de Produção de Texto


Ensaio Científico

O Regionalismo na imagem do retirante em O Quinze de Rachel de Queiroz

Natália Rodrigues Sousa
Estudante do Curso de Letras da UVA.


O livro O Quinze de Rachel de Queiroz é um romance regionalista que retrata a seca de 1915 e a condição de vida dos retirantes em meio aos problemas e dificuldades por causa da estiagem. A região e os tipos humanos são retratados e sua condição de retirante estabelecida.
De acordo com a Wikipédia (2008), o regionalismo é um “movimento literário que põe o seu foco em determinada região do Brasil, visando retratá-la e também os tipos humanos, de maneira mais superficial ou mais profunda”. Dessa forma, o regionalismo é destinado a provocar a conscientização, tendo como lema criticar para denunciar uma questão social, a miséria provocada pela seca, gerando a emigração.
Em O Quinze, podemos perceber isso quando a autora mostra o problema da seca e as suas conseqüências, levando os personagens a saírem de sua terra em busca de melhores condições de vida, como é o caso de Chico Bento e sua família que durante a migração enfrentaram muitas dificuldades: “Depois, ficando só com Chico Bento atentou na miséria esquelética e esfarrapada do retirante: ─ Então, compadre, que foi isso? A velha largou você? ─ Ela não quis tratar do gado mode a seca, e mandou abrir as porteiras... E eu fiquei sem ter o que fazer. A morrer de fome, antes andando”. (O Quinze, 1996, p. 96).
A condição de vida dos retirantes não é boa e nem fácil, eles enfrentam muitos problemas, passam fome, mas não desistem de lutar por seus ideais, por melhores condições de vida. Os retirantes são pessoas simples, corajosas, sofredoras, como falam os seguintes versos de Daniel Fiúxa (2008): “Homem esquálido, sofrido, magro e caído. Nordestino, brasileiro, sedento e trabalhador. Sem posses, sem água, sem mágoa e esquecido. Taciturno, cabisbaixo, ensimesmado na dor. Rosto marcado pelo sofrimento no Sertão. Sem eira nem beira, precisa ir embora”.
Assim sendo, vale afirmar que o regionalismo mostra a realidade e os problemas de uma determinada região, ressaltando também a condição de vida dos retirantes, as suas dificuldades, os seus sofrimentos, as suas lutas em busca de melhores condições de sobrevivência. Na obra em estudo, pudemos notar isso, pois a autora retrata a questão da seca e as suas conseqüências, bem como a condição de vida dos retirantes. Portanto, o regionalismo visa nos conscientizar, tornar-nos críticos diante da realidade que circunda a vida dos personagens, movidos pela interferência das características regionais, dentre elas a vida de retirante.


Referências Bibliográficas

FIÚXA,Daniel. O retirante nordestino. www.casadobruxo.com.br/poesia/d/daniel14.htm. Acessado em 01/08/2008.

QUEIROZ,Rachel de.O Quinze. 59ª ed., São Paulo: Siciliano, 1996.

WIKIPÉDIA.Regionalismo.http://pt.wikipedia.org/wiki/Regionalismo_cr%C3%ADtico. Acessado em 01/08/2008.