quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A simplificação ortográfica pelo Acordo Luso-Brasileiro quanto à acentuação gráfica

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
CENTRO DE LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS
PRODUÇÃO DE TEXTOS



ENSAIO CIENTÍFICO
A simplificação ortográfica pelo Acordo Luso-Brasileiro quanto à acentuação gráfica

Maria de Jesus Ferreira Lima
Estudante do 4º.Período de Letras da UVA


A simplificação ortográfica beneficia países que falam Português, mas repercute em cada país individualmente. Esse pacto traz alterações que beneficiam povos de várias nações com a simplificação ortográfica, mas para o Brasil, individualmente, isso vai acarretar muita confusão.
A língua portuguesa, quanto à sua tonicidade, tem por maioria palavras paroxítonas que não são em geral acentuadas graficamente.
Com o último Acordo, o acento agudo não será mais usado nas palavras grafadas por ditongos abertos representados por "ei" e "oi" das paroxítonas, dado que existe por oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação, dados do Acordo Ortográfico de 12 de Dezembro de 1990/lei n54, aprovada agora em 2008.
As palavras assembléia, idéia, baleia, apoio (do verbo apoiar) tal como apóio (substantivo) paranóico, heróico, dói, cujas grafias já bastante conhecidas, poderão inicialmente gerar constrangimentos já que são do domínio de todos.
Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contem um tônico oral fechado em hiato, com a terminação em terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo conforme os casos: Crêem, dêem, vêem, lêem, prevêem.
Também se prescinde o acento circunflexo para assinalar a vogal tônica fechada com grafia em palavras paroxítonas, como: enjôo e flexões de enjoar, povôo e flexões de povoar, vôo e flexões de voar, dados do Acordo Ortográfico de 12 de dezembro de 1990 / Lei nº54.
Apesar dos diversos estudos que aconteceram entre os países envolvidos ainda existe insatisfação, pois se percebe que é necessária uma preparação maior, pois este Acordo pode ser precipitado o que gerará uma série de problemas e equívocos, já que não se tem um vocabulário oficial, além disso, serão impressos novos livros didáticos já com alteração, e isso demanda certo tempo, além da mudança de hábito dos estudantes e professores.
Por isso, por precaução faze-se necessário uma divulgação minuciosa nas entidades interessadas para que o Acordo ganhe solidificação e confiabilidade, em tempo hábil.
Conforme Câmara Cascudo a gramática normativa tem o seu lugar e não se anula de forma alguma, já que afirma:
Os livros são trocados por outros mais atualizados, o mercado do livro se movimenta. “Se a língua é variável no espaço e na hierarquia social, ou ainda no mesmo indivíduo, segundo a situação em que se vive, a gramática normativa pode escolher o seu campo de observação se ela tem em vista, indiretamente o ensino escolar, a escolha de certo modo predeterminado” (CASCUDO, 2003, p.16).
Portanto a sociedade levará um tempo, mas se adequará às mudanças da nova reforma percebendo que as mesmas fazem parte de uma necessidade de uma evolução da língua que é variável, bom seria se isso acontecesse de forma espontânea e não impositiva, porém o individuo desde o principio precisa de normas para seguir, tornando assim o Acordo favorável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acordo Ortográfico lei nº. 54 / 12/12/1990
Acordo Ortográfico Luso- Brasileiro 18/12/1971
CASCUDO, Câmara. Ortografia do Português. São Paulo: Contexto, 2003.

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